ANÚNCIO


segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Tragédia de Lajedinho completa um ano

  • Cenário atual difere em muito do dia em que choveu 120 mm, o equivalente a 3 meses de precipitação
Nesta segunda, 8, completa um ano  a tragédia natural que se abateu sobre Lajedinho (a 552 km a oeste de Salvador), os moradores desta  cidade da Chapada Diamantina se reúnem para rezar. Trata-se de um ato ecumênico, a partir das 18h, na praça Higino de Oliveira Plínio, a popular Praça de Eventos.
Na memória dos sobreviventes, a madrugada do dia 8 de dezembro de 2013 ainda está muito viva. Foi quando choveu em algumas horas 120 mm (quantidade normal em três meses), causando a morte de  17 pessoas e deixando mais de 200 famílias ao desabrigo.
  
Relato
Foi uma noite de terror, segundo Arlinda Pereira de Lima, 34 anos. Ela perdeu uma filha, a mãe e um irmão naquela noite. "A gente ouvia as pessoas pedindo socorro, mas não podia atravessar o rio, que estava muito perigoso. As casas foram caindo como dominó, uma atrás da outra" disse sem esconder sua dor.
"Ainda tem um clima de tristeza e, agora que aquela noite completa um ano, voltam muitas lembranças", disse a recepcionista Tatiana Correia Gomes. Entretanto, ela, que é  ministra da Igreja Católica, ressaltou  que a fé dos moradores lhes deu força para trabalhar na arrumação da cidade, "o que estamos fazendo pouco a  pouco", observou.
Para o professor Jorge dos Santos, que mora em Salvador, mas tem familiares em Lajedinho, "a entrega das 231 casas para as famílias desabrigadas pelo temporal está demorando muito. Imagine que muitas destas pessoas perderam entes queridos e também suas moradias. E ainda estão sem a segurança de uma casa própria", reclamou.
  
Reconstrução
Em maio deste ano, cinco meses após a noite trágica, diversos projetos já estavam prontos. O processo de reconstrução foi dividido em quatro etapas e mais de R$ 17 milhões já foram liberados.
A primeira etapa foi iniciada através da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), com a reconstrução do prédio da prefeitura e do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ambos com previsão de conclusão no início de 2015.
O conjunto habitacional com 231 unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, em execução na parte alta da cidade e o mais aguardado pelas famílias locais, faz parte da segunda etapa. Conforme o prefeito, a demora neste projeto se deu principalmente por causa da burocracia. Ele explicou que embora o terreno doado por um fazendeiro para a construção das casas fique ao lado da cidade, oficialmente estava em zona rural.
Uma lei municipal transformou a área em  urbana, por exigência da Caixa Econômica Federal e do Ministério das Cidades, e com acompanhamento do Incra.  "Vamos entregar as primeiras 40 casas na próxima sexta-feira (dia 12) e as demais devem estar prontas até o mês de abril de 2015", afirmou o prefeito.
A urbanização dos arredores do rio e a construção do canal (que passará de 3 m para 20 m de largura, para escoar suas águas no trecho urbano) estão na terceira etapa. As obras têm projeto no Ministério das Cidades, faltando documentos complementares, que estão sendo providenciados, conforme disse o gestor municipal.
Por fim, o Clube Municipal, o prédio do Projovem, o Conselho Tutelar, a Secretaria de Assistência Social e a Farmácia Básica fazem parte da quarta etapa. O início dos trabalhos está previsto para o próximo ano.
     

Nenhum comentário:

Postar um comentário