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domingo, 16 de novembro de 2014

Agenda Bahia: saneamento básico e saúde da população andam de mãos dadas

Cada R$ 1 aplicado em saneamento gera economia de R$ 4 na saúde.


Diarreia, hepatite A,  leptospirose, doenças de pele... A lista de enfermidades é extensa e só tende a crescer em localidades onde há deficiência na cobertura de saneamento básico.
Mas, se toda população brasileira tivesse acesso à coleta de esgoto, a contagem seria outra, pois haveria uma redução, em média, de 74,6 mil internações nas unidades de saúde provocadas por essas doenças.  
Pelo menos 56% dessa redução ocorreria no Nordeste, de acordo com levantamento realizado pelo Instituto Trata Brasil. “As doenças relacionadas à falta de saneamento atingem todas as camadas da população.
A ideia de que elas chegam só para as comunidades mais pobres é uma lenda, pois as pessoas - e consequentemente os vírus e bactérias também  - circulam por toda a cidade”,  explica o presidente do Instituto Trata Brasil, Edison Carlos.
Agenda Bahia: saneamento básico e saúde da população andam de mãos dadas
Para minimizar esse problema, a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a cada R$ 1 investido na área de saneamento outros R$ 4 deixam de ser necessários para uso na área de saúde no tratamento de doenças relacionadas à exposição ao esgoto.
Mas o Brasil ainda está longe de alcançar esse investimento ideal para o setor. 
“A meta da universalização das redes de esgoto no Brasil até 2033 está longe de ser alcançada. Seriam necessários R$ 16 bilhões por ano. Mas, hoje, são R$ 9 bilhões investidos. Regiões como Norte e Nordeste têm altos índices de internação em função da contaminação das águas por esgoto. Além disso, em muitas cidades, os recursos não são geridos com celeridade, o que só aumenta a dificuldade de saneamento”, explica Edison Carlos.
O reflexo dessa contaminação está nas unidades de saúde espalhadas pelo Brasil. Em 2011, no Brasil, 396.048 pessoas foram internadas por diarreia. Desse total, dados do Ministério da Saúde, 138.447 foram crianças menores de 5 anos (35% do total).
Já nas 100 maiores cidades, 54.339 pessoas foram internadas (14% do total) e 28.594 delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade. Coordenadora de agravos da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia (Sesab), Izabel Xavier explica que a Bahia, especialmente, nos últimos anos conseguiu avançar no controle desse tipo de doença.
“Grandes obras de saneamento, como o projeto Bahia Azul, e o aumento das campanhas de vacinação para o rotavírus, por exemplo, serviram para reduzir a ocorrência das doenças de veiculação hídrica”, diz. Contudo, Izabel destaca que fatores naturais e de organização econômica têm uma ação direta na criação de ambientes propensos a ocorrência dessas doenças.
“A seca colabora com os casos de diarreia, pois com a menor oferta de água as pessoas tendem a ter uma hidratação prejudicada e também há dificuldades na higienização”, explica.  

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